No dia 8 de junho de 2021, as novas instalações do Centro de Atenção Psicossocial - CAPS I Esperança de Aquidabã, foram inauguradas no prédio construído, a princípio, para ser uma Unidade de Pronto Atendimento - UPA.
O CAPS faz parte das políticas públicas de atenção à saúde mental. É a instituição responsável por acolher pacientes com transtornos mentais a fim de estimular sua integração social e familiar, sua autonomia e interação com o meio em que vivem, através de atendimentos médico e psicológico e atividades terapêuticas.
Aproximadamente 400 famílias usuárias do CAPS de Aquidabã, que eram atendidas em espaço restrito, agora contam com um ambiente amplo e arejado, com mais de 14 profissionais e diversas salas equipadas para realização de atendimentos médico e psiquiátrico, oficinas pedagógicas e terapêuticas e espaços de socialização.
Ednalva Santos, coordenadora do CAPS e Vera Lima, coordenadora do NASF - AB (Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica), relataram à nossa reportagem que o novo ambiente é um sonho de muitos anos e de muitas pessoas, entre profissionais e usuários, ue a equipe está transbordando emoção por saber que agora tem um espaço adequado para o desenvolvimento dos trabalhos. Dr. Paulo César Argolo, médico clínico e psiquiatra, também manifestou suas perspectivas com a nova localidade. Ele falou da luta de vários anos por um espaço próprio para que pudessem acolher aos usuários com mais dignidade e afeto.
Em 2016, ainda no governo do ex-prefeito Carlinhos, foi construído o grande prédio, localizado no Conjunto Eurico II, próximo a Delegacia, com a finalidade de alocar uma Unidade de Pronto Atendimento- UPA, uma espécie de posto de saúde 24h, responsável por atendimentos de média complexidade. Desde então o prédio não havia sido inaugurado e permaneceu fechado ao público desde a sua construção. Comparado a um elefante branco, foi alvo de polêmicas e diversas reivindicações nos últimos anos, quando cobrava-se o funcionamento da Unidade.
Segundo o atual Secretário Municipal de Saúde, Tony Maciel, no mandato em que o prédio foi construído, o município de Aquidabã já não possuía capacidade financeira para custear uma Unidade de Pronto Atendimento e o investimento neste equipamento comprometeria a Atenção Básica Emergencial. Portanto, já no primeiro ano da gestão Mário Lucena se iniciou estudo técnico e tramitação para alteração da finalidade do prédio junto ao Ministério Público e o Ministério da Saúde e, enquanto todo esse processo de mudança não finalizou, o Governo Municipal de Aquidabã não pôde utilizar nem intervir no espaço, ficando a “UPA” trancada, inacabada e com o material e equipamentos que já haviam sido adquiridos pelo município, catalogados e inutilizados, nos últimos anos.
Ainda segundo o secretário Tony, por ser o CAPS I Esperança referência em todo o Baixo São Francisco, tanto as centenas de usuários quanto os profissionais que atuam no serviço, mereciam um ambiente melhor adequado para que pudessem desenvolver os seus trabalhos de forma mais humanizada, por isso foi este o setor contemplado com o espaço.
Consta no Portal da Transparência que, em todo esse processo, a Gestão Municipal devolveu ao Fundo Nacional de Saúde cerca de 345.873, 09 ( trezentos e quarenta e cinco mil, oitocentos e setenta e três reais e nove centavos) relativos à Unidade de Pronto Atendimento que não se concretizou, para fins de correção do processo pendente entre Aquidabã e o Ministério da Saúde. E que, além da devolução, o município ficou responsável em pagar multa devido a má utilização dos recursos públicos pela gestão anterior, no empreendimento da UPA.